do Livro Vermelho dos Pensamentos de Millôr:
O dinheiro não é tudo. E como, por mais rico que o homem seja, não está garantido contra o desastre e o infortunio, contra a doença e contra a morte, foi fácil convencer a maior parte da humanidade (gastando se nisso, é verdade, rios de dinheiro) de que "É mais fácil um camelo passar pelo buraco da agulha do que um rico entrar nos reino dos céus""No juizo final os humildes herdarão a terra", "A riqueza não traz felicidade", etc. Até o dia em que o Millor chegou, olhando a miséria em volta, trazendo como conseqüência o analfabetismo, a sujeira, o ódio e a opressão, e concordou tranqüilamente: "Sim, o dinheiro não é tudo. Tudo é falta de dinheiro".
O Capitalismo não perde por esperar! Em geral ganha 6% ao mês. 1970.Quando as informações sobre a destruição do meio ambiente pela ganância dos sistemas econômicos vigentes, chegou ao conhecimento do homem médio, este adotou a técnica do avestruz: comprou mais um apartamento e enfiou a cabeça na areia. E passamos a xingar a tecnologia que não sendo má em si mesma é também, ela, uma vítima do sistema, que exige uma produção caótica, um afã de superação, uma ânsia doentia de status e o pensamento dirigido só e unicamente para a rentabilidade. Tudo isso colocando o homem nesses escaninhos sinistros cahamados classes, vivendo à espera da morte ou, se preferirem, morrendo à espera da vida. 1967.
Desconfio por princípio daqueles que lucram com seu ideal, 1971
Nos países ditatoriais de esquerda ou direita, a miséria social se torna tão grande que, de tempos em tempos, se distribui ao povo um a esmola política na forma de um voto. 1956.