04 março 2007

chupando a segundinha do caroço da manga

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Este blog pode conter informações e textos que foram chupados e colados de outros blogs, livros, discos etc. Quase todos, devidamente creditados, espero. Enfim é quase o contrario do que eu fazia pra entregar alguns trabalhos na universidade. Copiava trechos de textos. Como era mesmo O nome da rosa. Não li o livro. Pregava fotografias, xerox, outdoor descascado. Inclusive um dos trabalhos da facu era justamente sobre isso, a colagem e a sobreposição de imagens e textos na criação de sentidos novos. A arte revive o homem na origem da colagem. Na tribo dos homens crocodilo, no vale do rio Sepik, em Papua-Nova Guiné, os homens fazem máscaras rituais de uma mistura de relíquias de grandes guerreiros. O ancião que lembra as feições do homenageado junta dentes e crânio da exumação com camadas de argila e reconstrói a face. Vai lhe devolvendo a carne do rosto, agora feita de barro. Carne e pele de terra. No Brasil temos o Kuarup no Xingu, onde o espirito retorna para um tronco de árvore. Em Nova Guiné algo semelhante acontece nessa estátua, meio humana construida sobre uma caveira. Reino animal- vegetal-mineral. Pinturas e tatuagens são refeitas sobre a nova face, buzios como olhos. Colares. Um cocar, o brinco de nariz. As armas, seu instrumento. A colagem utiliza uma mistura, principalmente de imagens e objetos e até de sensações como cheiros, texturas e dimensões. Acredito que nesse caso até uma mistura de mundos. Uma nova realidade com peças fora de seu contexto, ou não, o caos beirando a harmonia. Vida e mundo espiritual em contato pela arte. Reconstrução e memória. Composições e decomposições. Chegamos aos dias atuais: copiando e colando representações desta "realidade" em novos cenários, multiplicando e espalhando aos quatro ventos. Blogs baseados no reproduzido. Com a internet, a pesquisa evoluiu muito, em rapidez, assim também como a pirataria evoluiu. Parece que a questão dos direitos autorais entrou pelo cano pra valer. Evolução é tudo. Na China antiga, já se falava sobre esse tema da autenticidade e davam conselhos: se alguém usar teu verso como sendo dele(a): - não dá bola e fica relax, afinal como escreveu Shen-hsiu: “a mente é um espelho brilhante, não deixe a poeira pousar nele”, ao mesmo tempo Hui-neng disse: “tudo é vazio onde pode a poeira pousar?". No espaço virtual do meu computador? Nas aspas? Sei lá joe! Usa um espanador, um pano molhado pra dar brilho, purificar as idéias. Não esqueça do óleo de peroba! Alguns escritores, compositores e músicos que andam por aqui em Sampa registraram versos meus em seus nomes, sem consulta. Parceiros que esquecem de citar os co-autores em seus cds, shows, livros ou seja lá o que for. Perdoar os caras? Acho que sim!